A matemática para contar histórias
Modelos matemáticos sao recursos narrativos.
Em economia e financas (talvez em qualquer outro campo cientifico na verdade), o uso da matemática é muito fundamentado pelo rigor lógico que ele traz. Mas isso me parece ser sobrestimado e simplifica a história completa a uma pequena parte dela.
Modelos podem vir no formato que o mensageiro quiser, uma vez que as premissas que os sustentam sao desenhadas ao humor do fregues (muitas vezes elas nem estao explícitas para quem nao é da área). A matematica pode ser simples ou complexa, linear ou nao, estocástica ou determinística, bastando que seja compreensível entre os pares. Logo, é perfeitamente possível apresentar para a pessoa errada um modelo ruim e o argumento soar rigoroso simplesmente por parecer complexo demais para ser debatido dentro do diálogo em questao. Isso certamente passa longe de ser adequado.
Por isso que o grande valor dos modelos matemáticos é na verdade o narrativo. Se um modelo nao simplifica a história por trás de um argumento, seja ele científico ou nao, nao há motivo para usá-lo. Enxergar a matemática como sendo somente uma nova língua/idioma nos ajuda a entender melhor o papel dos modelos. Se alguem te apresentar um passo algébrico que voce desconheca ou alguma premissa em formato mais complicado do que o necessario ou qualquer conta que voce nao tenha entendido, aponte e questione, peca para o mensageiro trazer o argumento para o seu mundo. Voce faria o mesmo em uma conversa informal onde pessoas com sotaques/idiomas diferentes estivessem conversando.
Se a matemática nao é a sua praia, uma intuicao descrita por extenso, mesmo que incompleta de seu significado mais profundo, deve fazer parte da mensagem.
O propósito de colocar números, variáveis e notacoes é para facilitar a mensagem, nunca complicá-la.